domingo, 2 de janeiro de 2011

CRÔNICAS DE UM COTIDIANO NADA COMUM - A HISTORIA DE KUANZO KISTO I

A RAINHA DE SABBÁ...

Vou chama-la apenas assim, Rainha de Sabbá, para proteger anonimatos e eventuais processos judiciais.
Era uma mulher lindíssima aos 33 anos, alta, corpo escultural, negra, pernas longas e perfeitas. Era uma das líderes do Movimento Negro Unificado.
Sempre com frases curtas e diretas, autoritária, decidida.. era impossível não se apaixonar.
Ele, meu amigo Kuanzo Kisto, 20 anos mais velho, aproximou-se e encontrou logo duas terríveis resistências: era branco, e ela não se relacionava com brancos e, ainda por cima, era ex de uma prima dela, que o tornava "carta fora do baralho".
Mas, ele, de tanto insistir, conseguiu sua atenção e, como era de se esperar, se apaixonaram loucamente.
Foram 3 meses perfeitos, com encontros nos finais de semana.
Ela era "louca" na cama e ele, experiente e vivido, satisfazia todas suas fantasias e loucuras. Eram um casal perfeito, todos os amigos diziam isto. Era notória a mudança nela, que tinha agora uma pele mais limpa, olhos mais abertos, mais disposição e coragem --- era o amor, todos diziam.
Ela estava concluindo o Curso Superior de Administração e trabalhava no CIA e era uma excelente e bem sucedida profissional.
Ele, recem chegado do exterior, ostentava o título de Doutor e ministrava aulas em algumas Universidades.

Mas, o tempo foi passando e começaram os problemas. Primeiro, por ciumes dela, que, certa feita, enviou mensagens por email para todos os contatos que haviam no MSN dele, com nomes de mulher (ou parecidos), dizendo-se sua mulher, sua dona e que todas deviam afastar-se dele sob pena de terríveis consequencias...
Muita gente recebeu esta mensagem, algumas totalmente estranhas a estes fatos, como as filhas dele, a Diretora da Faculdade onde ele lecionava, colegas de trabalho dele etc etc etc.
Foram muitos casos semelhantes, ela o seguia, vigiava seu telefone, suas mensagens...

Até que, um dia, eles brigaram e ele ficou com alguns livros e cadernos dela em suas mãos. Por telefone, ela exigia que ele fosse levá-los em determinado local e ele recusou.  Ela entao, falou que iria buscar, mas iria com seu primo, o Desembargador Fulano e com seu outro primo, o Delegado Beltrano, ambos negros que nao gostavam de brancos...
Ele, apesar nao ter nenhum preconceito racial e a relação com ela e seus 8 anos na Africa o comprovavam, resolveu se cuidar e relatou o fato a 2 amigos de infancia, ambos Coroneis da PM e Advogados, que foram, ao seu lado esperar o Desembargador e o Delegado que nao gostavam de brancos...
Posicioram-se, armados, em uma mesa do bar onde foi marcado o encontro, deixaram uma viatura da PM fortemente armada na esquina e ficaram esperando...

No momento marcado, na porta do bar, parou um velho Corsa todo amassado e, alem dela, desceu um cidadao forte, tao largo quanto alto, negro como ebano, com uma pistola nas maos e disse ", sou "puliça" e viemos aqui arresover o pobrema"...
Era um parente dela, realmente, mas soldado da PM...
Ele, sem poder conter a crise de riso, entregou os cadernos, ela se foi com seu primo "puliça" e os 3 amigos passaram a noite bebendo e rindo.

Até hoje, quando nosso herói se encontra com seus amigos, o assunto preferido é este "desembargador", parente da Rainha de Sabbá...

4 comentários:

  1. É ACREDITO QUE MUITAS MULHERES GOSTARIAM DE SEREM CHAMADAS DE "RAINHA DE SABBÁ" SÓ PARA SEREM LEMBRADAS NO INICIO DE UM ANO COM TANTO SENTIMENTO,VC REALMENTE MERECE O TITULO

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  2. Na verdade, o título "Rainha de Sabbá" é apenas uma gozação. O passado é apenas o passado. Deve ser esquecido, mas não pode ser ignorado. A "Rainha de Sabbá" teve o tempo dela, hoje faz parte do passado, respeitado e esquecido.
    Hoje, é apenas motivo de risos....

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    1. Rsrs... vc é foda, Dr. Geraldo. Esta Rainha eu sei que é...

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